6 de agosto de 2022
Missa de Ação de Graças – 150 anos do Instituto
Homilia
por Dom Leonardo Ulrich Steiner
Queridos irmãos, queridas irmãs, queridas Filhas de Maria Auxiliadora! O Evangelho é inspirador. O Evangelho que acabamos de ouvir, que nos foi proclamado, é inspirador. Primeiro, porque logo inicia falando de um encontro, falando de núpcias. Núpcias é encontro, mas é um encontro amoroso. É doação, é entrega, é receptividade. Bodas, participação, entrega de vida, doação, partilha, encontro.
As FMA nasceram de um encontro, o encontro com a orfandade, encontro com a pobreza, encontro com a desvalia e, na desvalia, na pobreza, na orfandade, o encontro de um amor, que como Maria, no texto do Evangelho, por ser encontro, está logo na atenção da necessidade.
Como Maria no texto do Evangelho é Auxiliadora, porque está na atenção das necessidades maiores e mais íntimas. Como fazer uma festa de núpcias sem haver vinho? E não esqueçamos que eram 15 dias ou mais de festa, vinham de longe, era uma festa familiar, um encontro familiar.
E no meio daquelas pessoas todas, tem alguém que está percebendo e olhando a necessidade, o que falta, e sai em auxílio. O encontro com a orfandade, com a pobreza, com a necessidade saíram ao encontro como auxiliadoras, cuidadoras, mas cuidadoras de uma plenitude.
Vejam que imagem belíssima no texto que acabamos de ouvir. Aquelas talhas enormes, de cem litros, e a fonte que às vezes ficava a quilômetros. Ir e voltar, até estarem todas cheias, sem cansaço, sem arrependimento, sem reclamação. Tudo feito porque houve um encontro, porque havia núpcias.
Então o encontro que vai, percebe que existe necessidade, sai em auxílio, mas não em assistencialismo. Vai em auxílio porque deseja que a vida chegue em sua plenitude, transborde, mature, plenifique.
É por isso que se tornam auxiliadoras, para que a vida possa chegar à transformação, à transformação de tal forma que se torne uma preciosidade ao paladar da vida, tão precioso que até alguém pode dizer: “mas, você guardou o vinho melhor até agora”, tal é o auxílio, tal é a saída, tal é a percepção, a sensibilidade e a cordialidade de quem vai, a partir do encontro. E ajuda a pequenez a chegar à plenitude.
É isso que estamos a celebrar, queridos irmãos, queridas irmãs, é a festa de um encontro. A festa de um encontro à sensibilidade, à percepção da falta, mas não de uma falta recolhida em si mesma, e sim, de uma falta que é para ser plenificada, porque percebe que existe falta, deseja ir ao encontro e vai ao encontro, não permanece isolado, não dá passo atrás, sempre passo à frente.
E vai à fonte do Evangelho e volta, e vai à fonte como Dom Bosco e volta, e vai à fonte, como tantas filhas de Maria Mazzarello, que foram à fonte e voltaram, tudo
para plenificar a vida. E na plenificação da vida, da orfandade, da pobreza, se plenificam, se transformam.
É por isso que hoje rendemos graças a Deus, que nesses 150 anos quantas mulheres perceberam que o amor encontra, e foram encontrados pelo amor e porque encontradas pelo amor não tiveram receio, mas a ousadia de viver no amor de um auxílio, para que a vida chegasse a uma plenitude. E porque foram ao encontro, foram plenificadas.
Quantas das nossas irmãs que poderíamos dizer que hoje nós chamaríamos de santas. Então, meus irmãos e minhas queridas irmãs, uma palavra de gratidão: se as irmãs hoje agradecem a Deus o início e os 150 anos, nós todos, como Igreja, queremos dar uma palavra de gratidão às irmãs. A Deus, mas às irmãs também.
Na nossa região, as irmãs marcam uma presença tão importante, que o digam os povos indígenas, que o digam os pobres, e que as irmãs continuem com esse espírito suave de Dom Bosco e de Madre Mazzarello, continuem a estar no meio de nós, animar a nossa Igreja e a perceber onde estão as necessidades, a pobreza, a orfandade, para que ninguém se sinta, diante de Deus, um órfão ou uma
órfã, ninguém se sinta pobre diante de Deus, mas se sinta sempre um filho, uma filha, na riqueza da filiação divina.
Irmãs, muito obrigado pela presença! Muito obrigado e que Deus continue abençoando, e que nos ajudem todos a chegarmos à plenitude, a encher esses vasos da nossa existência, para sermos uma presença de sabor de existência, de gosto de viver, gosto de sermos cristãos, seguidores e seguidoras de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amém!